domingo, 6 de maio de 2012

1º Domingo de maio - Ação Social



Ação Social:
Um chamado à integridade
Neilson Xavier de Brito
Relator do Comitê de Ação Social da CBB e pastor da IB em Vila Pompeia –SP


A primeira carta de Pedro foi escrita em Roma por volta dos anos 60 - 65 d.C. com a ajuda de Silvano (1 Ped 5.12). A carta possui um estilo muito afetuoso, humilde e pastoral e tem o propósito de ajudar ao seu rebanho/povo a atravessar dias ainda mais difíceis. (1 Ped 1.6; 2.20; 3.14-15; 4.7,12;5.10). Uma grande perseguição seria empreendida contra os cristãos a partir de 19 de julho de 64 d.C. Quando Nero incendiaria Roma e lançaria a culpa sob os cristãos.

Pedro escreve a carta aos peregrinos (estrangeiros, forasteiros ou visitantes) (1 Ped 1.1,6,17; 2.11; 4.2, 7, 5.10) que viviam numa sociedade repleta de estilos contrários à Palavra de Deus. Além de outros termos afins, Pedro usa quatro vezes a palavra concupiscência (um ardente desejo quando levado ao mal, paixão, inclinação sensual). Sem dúvida, a primeira carta de Pedro é um “Tratado Ético”, por isso, em dias como hoje, tão marcados pela concupiscência, o texto de 1 Ped 1.15 é um chamado à integridade, que é o estado ou característica daquilo que está inteiro, que não sofreu qualquer diminuição; uma plenitude, inteireza (Houaiss, 2004 p.1630). Este texto nos ensina vários princípios importantes:

Em primeiro lugar somos chamados a viver à integridade a partir da santidade de Deus - Pedro diz: “como é Santo aquele que vos chamou”. Deus é Santo. Quando a igreja, santos, perde o alto conceito de Deus, aí começa o processo de decadência. Precisamos voltar a “tirar as sandálias” na presença do Senhor.(Êx 3.3; Is 6.1-5; Ap 4.8, 16.5).

Segundo, somos chamados a vivenciar a santidade de Deus - Depois de enfatizar a santidade de Deus, somos convocados a “encarnar” essa santidade –“sede vós também santos...”. A razão disso está explícita no versículo 16 “sereis santos porque EU SOU Santo”. A ideia de santidade envolve separar-se do uso do profano, separando por Deus e para Deus; algo santo é sacro, reverendo, exibe pureza moral, social. É algo e íntimo que deve nortear a vida presente, mesmo na condição de “peregrinos visitantes”.

Ademais, somos chamados a viver a prática da integridade: O que a sociedade, ainda que sem Deus, espera de nós? Creio que coerência entre o que se crê e o que se vive. De fato, somos peregrinos (Fil 3.20) em meio a uma geração corrupta e perversa (Fil 2.15). Pedro diz que estas coisas combatem contra a alma (1 Ped 2.11-12). Entretanto na condição de “filhos da obediência”, aqueles que levam uma vida que expressa obediência em conformidade com a vontade revelada de Deus, somos também estimulados a não nos amoldar naquilo que é aceito numa sociedade sem Deus (Rom 12.2). O nosso procedimento, conduta, modo de vida e caráter geral de vida, precisam seguir o modelo da santidade de Deus. (1 Ped 4.12-19).

O nosso “modus operandi” precisa ser a expressão da santidade de Deus em nós. Ser íntegro envolve, na expressão de W. W. Wiersbe em A Crise de Integridade, “a pessoa toda: o coração, a mente e a vontade”. Ser íntegro implica numa mente honesta, num ponto de vista honesto, numa vontade honesta.

Constantemente temos ouvido clamores pela presença da integridade nos vários setores da sociedade. A falta de integridade e procedimentos íntegros tem muitas vezes alcançado nossas entranhas eclesiásticas. Mas, o desafio continua: “sejam íntegros em todo vosso procedimento”. A graça de Deus nos dá o suporte necessário e o “seu divino poder nos dá tudo que diz respeito à vida e à piedade” (2 Ped 1.2-10).




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